Adega da Cartuxa – Fundação Eugénio de Almeida

Alentejo para mim é sinónimo de Gastronomia, mas não de uma gastronomia qualquer. Falo daquela união perfeita entre MARAVILHOSA comida e o FANTÁSTICO vinho.
Visitamos a Adega da Cartuxa, pertencente à Fundação Eugénio de Almeida. Sim a Cartuxa, a casa responsável por esses “vinhitos” como por exemplo os Pêra-Manca (tão “fraquinhos” que o tinto está completamente esgotado).
Começando pela fundação Eugénio de Almeida, é uma instituição privada sem fins lucrativos, mas puramente de utilidade pública, ou seja, apoia entre outras coisas a cultura e a educação, visando o crescimento humano e regional de Évora. O seu fundador, Vasco Maria Eugénio de Almeida, por não ter descendentes, doou grande parte do seu património e foi então criada a Fundação em 1963. Além do vinho, fazem também produção de azeite e extracção de cortiça.
Quanto à Adega Cartuxa, deve o seu nome aos monges Cartuxos que levam uma vida solitária e de oração (só conversam entre si ao Domingo) e moram no mosteiro mesmo ao lado da Adega desde 1598 – Mosteiro de Scala Coeli, mais conhecido por Mosteiro da Cartuxa. De entre os altos e baixos que os monges já passaram, depois de terem sido expulsos em 1834 e do edifício ter sido considerado estatal, em 1871 a família Eugénio de Almeida comprou as ruínas e devolveu o edifício aos monges em 1960.
Entre os séculos XVI e XVII o edifício da Adega foi casa dos Jesuítas que leccionavam na Universidade de Évora. Foram expulsos do país no séc XVIII e o edifício foi entregue ao estado, sendo mais tarde comprado pela família Eugénio de Almeida.
Agora a visita em si…
Andamos por corredores entre toneis, cubas/depósitos em cimento de 32000L, ânforas de 19300L, corredores de aromas das castas mais utilizadas nos vinhos alentejanos, para depois sentar e degustar maravilhas líquidas. Tenho quase a certeza que o próprio Baco participou na vindima. Só pode…
Aqui são produzidos como entrada de gama os Vinea – branco e tinto, os EA – branco, rosado, tinto e reserva tinto, Foral de Évora – branco e tinto, Espumante Cartuxa – bruto, rose (bruto) e reserva (bruto), Cartuxa – branco, tinto e reserva tinto, Scala Coeli – branco, tinto e reserva tinto, e os Pêra-Manca – branco e tinto. Também se podem provar os 3 azeites lá produzidos: Alamos, EA e Cartuxa.
Dos vinhos todos, claro que o topo de gama são os famosíssimos Pêra-Manca. Tivemos a oportunidade de provar o branco. Para mim é o melhor branco nacional que já provei, para a Eva, não posso dizer nada por ela, mas que ela ainda hoje fala desse branco como “é incrível…” lá isso fala.
Vou falar do vinho mais curioso e peculiar que esta casa faz: o Scala Coeli (em Português traduz-se como escada para o céu). Deram este nome em homenagem ao mosteiro vizinho. Agora perguntam peculiar porquê? Ora bem este vinho é sempre monocasta, e é feito sempre com a melhor casta estrangeira à Região do Alentejo, desse ano. Ou seja, é muito difícil que dois anos seguintes sejam da mesma casta e, por isso, cada ano revela um vinho totalmente diferente do vinho do ano anterior….
Conclusão, fomos muito bem recebidos por esta casa, onde foram sempre super atenciosos e não nos faltaram com absolutamente nada. Aconselhamos vivamente a visita e a aproveitarem para fazer umas comprinhas dos que mais gostarem… A escolha vai ser difícil.
Cheers,
João