Torta de noz sem noz

Hoje vou falar-vos de um tema que eu considero realmente revoltante. Eu tenho noção de que é um first world problem, uma coisa trivial sem qualquer interesse para a maior parte das pessoas mas tira-me do sério e para mim é tema de discussão acesa. Mesmo!

Estava eu de férias, num magnífico almoço em Matosinhos quando me perguntam o que queria de sobremesa… ouvi o nome de várias iguarias mas o meu cérebro parou na “torta de noz”. Adoro todos os bolos de noz. Na minha opinião não há maus bolos de noz. Há uns bons e uns muito bons, os que vêm com uma camada de massa folhada e doce de ovos ficam naquele patamar acima mas se for um bolo de noz caseiro simples, está óptimo na mesma!

Qual não é o meu espanto quando me trazem uma fatia de bolo coberta de raspas de chocolate e duas nozes. Levantei o sobrolho desconfiada mas ainda não tinha perfeita noção do que estava a acontecer. Primeira colherada e percebi que era uma fatia de bolo de massa de pão de ló recheada com chantilly. Como assim? E então a torta de noz? “É isto a torta de noz, responderam-me. Se procurares no Google é o que encontras”. Foi neste dia que percebi que o Google não tem gosto pessoal, não sabe tudo e é mesmo bastante ingénuo. Torta de noz pelos vistos é um bolo assim denominado por uma pastelaria com o mesmo nome. Tem massa de pão de ló, chantilly e raspas de chocolate e algumas nozes a decorar. E chamam-lhe assim “Torta de noz”.

A sério? Chamem-lhe doce da casa, como em muitas pastelarias e restaurantes.

Mas agora é tudo aceitável? Estamos numa época em que nos impõem sermos inclusivos em muitas matérias mas não estaremos a exagerar em muitas delas? Uma torta de noz sem noz?

Não me lixem.

Eva