O Tripas decidiu por unanimidade dar mais um salto evolutivo na crítica gastronómica e fomos visitar uma Quinta de produção de vinho… Podíamos ter ido visitar uma Quinta qualquer, mas optamos por um bom arranque!
A Quinta do Vallado pertenceu à Dona Antónia Adelaide Ferreira, e continua na posse dos seus descendentes (para os mais distraídos estamos a falar da “Ferreirinha”, sim essa mesmo que revolucionou o Vinho do Porto. Não sabe quem é? Eh lá… sendo assim : vá para a prisão. Vá directamente, sem passar pela casa da partida e sem receber 2.000$00).
Os 70ha de vinha da Quinta do Vallado assentam na sua maioria em encostas de solo xistoso, viradas a sul e a poente, o que permite uma excelente maturação das uvas, tirando partido do clima mediterrânico.
As castas predominantes na Quinta são:
Tintos: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Barroca, Tinta Amarela e Sousão
Brancos: Viosinho, Rabigato, Moscatel, Verdelho (Gouveio) e Arinto.
Com estas castas, a sabedoria e a bênção do Deus Baco, fazem-se os seguintes néctares:
Entrada de Gama: Quadrifolia tinto, Vallado branco, Vallado Prima branco, Quinta do Vallado tinto, Vallado Touriga Nacional rose
Gama média: Quinta do Vallado Reserva branco, Quinta do Vallado Sousão tinto, Quinta do Vallado Touriga Nacional tinto
Topo de Gama: Quinta do Vallado Reserva Field Blend tinto, Quinta do Vallado Adelaide tinto
Vinhos do Porto: Tawny 10, 20, 30 e 40 anos, Vintages e Adelaide Tributa
Destes vinhos todos, e sem tirar mérito a nenhum deles, apenas vou falar deste último: Adelaide Tributa.
Este Vinho do Porto centenário, produzido em 1866, foi elaborado a partir de vinhas pré-filoxéricas e foi engarrafado em homenagem ao bicentenário do nascimento da Dona Antónia Adelaide Ferreirinha.
Foi descoberto numa pequena Quinta, localizada em Covelinhas, guardado em 2 cascos de 600 litros.
De acordo com o produtor, estas 2 barricas eram o que restava de um lote inicial das 5 barricas produzidas no ano. Devido à enorme qualidade do vinho, e face à inevitável evaporação com o tempo, a família do produtor sempre lhe dedicou um grande “carinho” e atenção, ao longo das várias gerações, nunca o tendo loteado ou diluído com aguardente (práticas habituais), tendo em alternativa optado por um processo de concentração do que restava; este processo acabou por reduzir a 1.100L, guardados em 2 barricas, o conteúdo das 5 barricas iniciais. Foram engarrafadas 1.300 garrafas de 0,75cl, todas elas numeradas.
Com muita pena, não tivemos a oportunidade de provar este vinho, mas se alguém nos convidar para o provar nós fazemos o gigantesco esforço… para já ficam em falta as notas de prova aqui no post.
Em jeito de conclusão, esta Quinta merece a visita. A paisagem e o envolvimento são do incrível Douro, a Adega modernizada vale a visita para percebermos todo o processo. E claro, as provas valem sempre a pena, e se abrirem os cordões à bolsa podem experimentar raridades. Se “buberem” muito, podem ficar lá a dormir, diz que tem um Wine Hotel jeitoso. Ao que parece os hóspedes podem participar nas vindimas e na pisa das uva, qualquer coisa como Enoturismo… Fazer turismo de pastilhas para a azia? Bebe menos…
Cheers,
Joãowww.quintadovallado.com
Quinta do Vallado – Sociedade Agrícola, Lda.
Vilarinho dos Freires
5050-364 – Peso da Régua | Portugal
GPS: 041º09’44.5’’N 07º45’58.2’’W
Quinta do Vallado – Sociedade Agrícola, Lda.
Vilarinho dos Freires
5050-364 – Peso da Régua | Portugal
GPS: 041º09’44.5’’N 07º45’58.2’’W